domingo, 18 de dezembro de 2011


Quando Uma Mulher Está Carente

            Toda mulher já passou por isso: as coisas vão bem, existe alegria no coração, o relacionamento está feliz, o trabalho satisfaz e, de uma hora para outra e sem explicação lógica, a mulher cai numa tristeza e aborrecimento enormes. As mulheres acabam se imaginando meio loucas por causa disso, mas estão passando por algo muito natural.
            A mulher é uma máquina de absorver emoções e energias. Uma hora o tanque do subconsciente atinge sua capacidade e precisa ser esvaziado. Este aborrecimento repentino é o esvaziamento desse tanque de energias negativas, é natural, saudável e profundamente necessário para a saúde mental da mulher.
            Tentar tirar a mulher de seu estado de aborrecimento só a deixa mais aborrecida. Seria a interrupção do processo. Racionalmente ela entende que está, sem motivo, chata, possessiva, carente e insuportável. Emocionalmente ela permanece no estado de tristeza sem poder fazer muita coisa.
            Quando a mulher ouve os comentários externos e tenta sair do seu estado depressivo temporário antes da hora, na maioria das vezes consegue. O tanque não foi esvaziado por completo e encherá mais rápido. O resultado e que pouco tempo depois ela estará novamente triste. O número de vezes que a mulher fizer isso, a cada vez a tristeza voltará mais rápido e mais forte e, numa determinada vez, ela se instalará com força imensa e sem prazo de saída.
            A tristeza feminina vai embora como mágica quando o tanque esvazia. Quando o processo é vivido até o fim, demorará muito para que a mulher volte a ficar triste de novo. Quando interrompido, vira um ciclo vicioso, que vai se acentuando a cada interrupção, com resultados devastadores para a felicidade feminina.
            A mulher casada é muito mais susceptível ao ciclo de aborrecimento. Quando solteira, existem barreiras mentais naturais de proteção. O corpo da mulher está preservado de uma intimidade diária com um homem, ela pode manter segredos e sonhos guardados consigo mesma. A experiência da intimidade de uma relação é psicologicamente agressiva a uma mulher. A mulher recebe o homem dentro de si, abre-se de corpo, alma e mente, sem garantias ou certezas. Quase nenhum homem é capaz de sentir o que é esse grau de entrega de sua parceira e o ajuste psicológico necessário para entregar seu corpo sem medo. A mulher, mesmo desejando muito essa intimidade, não foge desse medo e dessa incerteza. Ela é obrigada a confiar.
            Dúvidas que o parceiro possa traí-la, que ele não a ama tanto, que ela não está sendo suficiente para segurar uma relação, criam enormes massas de energia negativa que são retiradas nos períodos de aborrecimento. Quanto mais a mulher puder confiar em seu homem e quanto mais o homem for carinhoso e companheiro, menos a mulher terá seus ciclos de aborrecimento, porém eles nunca serão extintos.
            Para o homem agüentar esses períodos é um martírio. Nenhum homem é educado para compreender uma mulher (como nenhuma mulher é educada para compreender um homem). A mulher fica chorosa, possessiva, insegura, maldosa. Toda aquela amabilidade da esposa foi para outra dimensão. Ela implicará com a televisão, dirá que ele nunca ligou para ela, reclamará da mãe dele, soltará o verbo. Se o homem é um neófito na matéria mulher, vai achar que ela o está culpando por todas as desgraças de sua vida e vai discutir. Ninguém vence uma discussão com uma mulher em estado de aborrecimento. Mulheres são exageradas, aborrecidas a hipérbole vira sua linguagem, perder dez centavos vira uma perda incalculável de dinheiro, o incomodo de uma cólica vira uma dor de uma vida, uma desatenção do marido vira uma afirmação de que ele nunca ligou em nada para ela. Ele está ouvindo essas barbaridades e ela não está tendo idéia de quanto esta sendo exagerada. O homem conhecedor da natureza feminina sabe que aquilo vai passar, o homem inocente vai discutir.
            O que uma mulher quer nessa hora de aborrecimento, apenas um companheiro. Ela não quer que o homem a tire do buraco, ela quer que o homem fique no buraco com ela enquanto ela estiver lá. Na hora que ela sair ele esteja com ela junto, amparando e protegendo. O melhor que o homem tem a fazer nessas difíceis horas e saber ouvir sua mulher. Ela quer empatia, quer somente que o homem compreenda que ela está sofrendo, está aborrecida, está brava. Quer a prova real de amor que mesmo ela estando insuportável, ele estará lá ao lado dela.
            Existem mulheres que esses ciclos de tristeza são constantes, quase metade do tempo, outras que só acontecem uma vez por ano. Os mais sortudos vão ver isso nas esposas uma vez por década. Se sua mulher perde a docilidade de tempos em tempos, seja seu homem ao lado nessa hora difícil, ame-a nesse momento que ela precisa. O que é mensal vira bimestral, trimestral, quadrimestral, a má notícia que nunca será extinto. As mulheres que afugentam seus homens nesse período e eles ficam morrendo de medo da convivência, magoados, ressentidos, compreendam que nenhum homem é preparado para lidar com a tristeza cíclica feminina e que mesmo para os que têm uma compreensão maior do ser feminino, lidar com algo que eles desconhecem porque nunca sentiram em si mesmos é bastante espinhoso.

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