Quando Uma Mulher Está Carente
Toda mulher já passou por isso: as coisas vão bem, existe alegria no coração, o
relacionamento está feliz, o trabalho satisfaz e, de uma hora para outra e sem
explicação lógica, a mulher cai numa tristeza e aborrecimento enormes. As
mulheres acabam se imaginando meio loucas por causa disso, mas estão passando
por algo muito natural.
A mulher é uma máquina de absorver emoções e energias. Uma hora o tanque do
subconsciente atinge sua capacidade e precisa ser esvaziado. Este aborrecimento
repentino é o esvaziamento desse tanque de energias negativas, é natural,
saudável e profundamente necessário para a saúde mental da mulher.
Tentar tirar a mulher de seu estado de aborrecimento só a deixa mais
aborrecida. Seria a interrupção do processo. Racionalmente ela entende que
está, sem motivo, chata, possessiva, carente e insuportável. Emocionalmente ela
permanece no estado de tristeza sem poder fazer muita coisa.
Quando a mulher ouve os comentários externos e tenta sair do seu estado
depressivo temporário antes da hora, na maioria das vezes consegue. O tanque
não foi esvaziado por completo e encherá mais rápido. O resultado e que pouco
tempo depois ela estará novamente triste. O número de vezes que a mulher fizer
isso, a cada vez a tristeza voltará mais rápido e mais forte e, numa
determinada vez, ela se instalará com força imensa e sem prazo de saída.
A tristeza feminina vai embora como mágica quando o tanque esvazia. Quando o
processo é vivido até o fim, demorará muito para que a mulher volte a ficar
triste de novo. Quando interrompido, vira um ciclo vicioso, que vai se
acentuando a cada interrupção, com resultados devastadores para a felicidade
feminina.
A mulher casada é muito mais susceptível ao ciclo de aborrecimento. Quando
solteira, existem barreiras mentais naturais de proteção. O corpo da mulher está
preservado de uma intimidade diária com um homem, ela pode manter segredos e
sonhos guardados consigo mesma. A experiência da intimidade de uma relação é
psicologicamente agressiva a uma mulher. A mulher recebe o homem dentro de si,
abre-se de corpo, alma e mente, sem garantias ou certezas. Quase nenhum homem é
capaz de sentir o que é esse grau de entrega de sua parceira e o ajuste
psicológico necessário para entregar seu corpo sem medo. A mulher, mesmo
desejando muito essa intimidade, não foge desse medo e dessa incerteza. Ela é
obrigada a confiar.
Dúvidas que o parceiro possa traí-la, que ele não a ama tanto, que ela não está
sendo suficiente para segurar uma relação, criam enormes massas de energia
negativa que são retiradas nos períodos de aborrecimento. Quanto mais a mulher
puder confiar em seu homem e quanto mais o homem for carinhoso e companheiro,
menos a mulher terá seus ciclos de aborrecimento, porém eles nunca serão
extintos.
Para o homem agüentar esses períodos é um martírio. Nenhum homem é educado para
compreender uma mulher (como nenhuma mulher é educada para compreender um
homem). A mulher fica chorosa, possessiva, insegura, maldosa. Toda aquela
amabilidade da esposa foi para outra dimensão. Ela implicará com a televisão,
dirá que ele nunca ligou para ela, reclamará da mãe dele, soltará o verbo. Se o
homem é um neófito na matéria mulher, vai achar que ela o está culpando por
todas as desgraças de sua vida e vai discutir. Ninguém vence uma discussão com
uma mulher em estado de aborrecimento. Mulheres são exageradas, aborrecidas a
hipérbole vira sua linguagem, perder dez centavos vira uma perda incalculável
de dinheiro, o incomodo de uma cólica vira uma dor de uma vida, uma desatenção
do marido vira uma afirmação de que ele nunca ligou em nada para ela. Ele está
ouvindo essas barbaridades e ela não está tendo idéia de quanto esta sendo
exagerada. O homem conhecedor da natureza feminina sabe que aquilo vai passar,
o homem inocente vai discutir.
O que uma mulher quer nessa hora de aborrecimento, apenas um companheiro. Ela
não quer que o homem a tire do buraco, ela quer que o homem fique no buraco com
ela enquanto ela estiver lá. Na hora que ela sair ele esteja com ela junto,
amparando e protegendo. O melhor que o homem tem a fazer nessas difíceis horas
e saber ouvir sua mulher. Ela quer empatia, quer somente que o homem compreenda
que ela está sofrendo, está aborrecida, está brava. Quer a prova real de amor
que mesmo ela estando insuportável, ele estará lá ao lado dela.
Existem mulheres que esses ciclos de tristeza são constantes, quase metade do
tempo, outras que só acontecem uma vez por ano. Os mais sortudos vão ver isso
nas esposas uma vez por década. Se sua mulher perde a docilidade de tempos em
tempos, seja seu homem ao lado nessa hora difícil, ame-a nesse momento que ela
precisa. O que é mensal vira bimestral, trimestral, quadrimestral, a má notícia
que nunca será extinto. As mulheres que afugentam seus homens nesse período e
eles ficam morrendo de medo da convivência, magoados, ressentidos, compreendam
que nenhum homem é preparado para lidar com a tristeza cíclica feminina e que
mesmo para os que têm uma compreensão maior do ser feminino, lidar com algo que
eles desconhecem porque nunca sentiram em si mesmos é bastante espinhoso.
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